ruido silencioso

Palavras soltas de um ruído silencioso

27.2.05

Peter Benenson

Faleceu esta semana Peter Benenson. Quem? PETER BENENSON! É natural que o seu nome pouco diga ao comum dos mortais. Jamais aceitou as honrarias e títulos que inúmeros governos lhe quiseram dar. Aos 83 anos deixou ao mundo uma organização que fundou quando tinha 33 anos: a AMNISTIA INTERNACIONAL. Em 1960, este advogado londrino, fica chocado ao ler uma notícia no jornal que relatava que dois estudantes portugueses tinham sido presos por brindar à liberdade. Não conseguia aceitar que um cidadão fosse preso por expressar as suas ideias. E convém recordar que ainda não existiam as Nações Unidas. Decidiu então actuar. Pensou em ir à Embaixada Portuguesa e protestar. Mas desistiu da ideia. Entrou na igreja St-Marin's-in-the-Fields e, durante treês quartos de hora, fica no interior a pensar. Quando sai, já havia decidido publicar um texto no The Observer protestando contra essa acção e apelando a que outros cidadãos fizessem como ele: escrevessem às autoridades portuguesas. Estava encontrada a fórmula que serviria de base ao trabalho da Amnistia Internacional e que tanto irritaria, no futuro, os governos por este mundo fora (no meu dossier da AI, tenho cópias de cartas e postais escritas a entidades governamentias de quase todos os países do mundo). Benenson lega à Humanidade uma organização que continua a lutar pelos direitos humanos, pela abolição da pena de morte (curiosamente, Portugal foi o 1º país do mundo a abolir a pena de morte), pelo fim da tortura nas prisões, pela defesa dos prisioneitros de consciência (aqueles que não fazem uso da violência na luta) e que ganhou o Prémio Nobel da Paz em 1977. Não é por acaso que um dos slogans desta organização é "Posso não concordar com o que dizes mas luto para que o possas dizer".

20.2.05

Finalmente

Finalmente.
Sabíamos que "há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não". Acabou a noite. Acabou o pesadelo.
Esta é a vitória do povo, quando lhe é dado a oportunidade de ter voz.
Não era preciso ter demorado tanto, não era necessário ter esperado tanto para ouvir a voz do povo.
E se as rosas começarem a murchar, o povo saberá gritar novamente... Esperando que isso não aconteça... hoje bebo champanhe.

6.2.05

Switzerland

Près d'Orvin