ruido silencioso

Palavras soltas de um ruído silencioso

8.1.09

Suspensão da Avaliação de Professores

Parece que Manuel Alegre disse um dia: "A mim ninguém me cala!".

Há muitas maneiras de calar e mais ainda de falar (porque calando também se fala).

Agora, não há dúvida que, uma personagem política deste país, disse um dia: "Olhe que não! Olhe que não!".

Após a abstenção do deputado socialista, hoje, na Assembleia da República, a propósito da votação da suspensão deste modelo (simplex mais o complex) da avaliação de professores, já sabemos quem o cala.

Talvez seja altura de o senhor deputado relembrar as palavras de homens verticais:

Soneto Presente
Não me digam mais nada senão morro
aqui neste lugar dentro de mim
a terra de onde venho é onde moro
o lugar de que sou é estar aqui.

Não me digam mais nada senão falo
e eu não posso dizer eu estou de pé.
De pé como um poeta ou um cavalo
de pé como quem deve estar quem é.

Aqui ninguém me diz quando me vendo
a não ser os que eu amo os que eu entendo
os que podem ser tanto como eu.

Aqui ninguém me põe a pata em cima
porque é de baixo que me vem acima
a força do lugar que for o meu.
(Ary dos Santos)