ruido silencioso

Palavras soltas de um ruído silencioso

20.10.04

Natureza

Recordo uma aula de psicologia em que se debatia a importância da liberdade no acto de optar. Optar significa decidir-se por, fazer uma escolha, preferir. Inconscientemente, somos levados a pensar que se escolhe entre algo bom ou mau. Nessa aula, o professor questionava-nos sobre a liberdade que o indíviduo tem quando é obrigado a decidir entre duas coisas menos boas ou más. Ou seja, a escolha de uma ou de outra implica já a imposição/aceitação de algo menos agradável. Contudo, há que escolher.

Hoje tive que escolher entre a segurança de crianças e adolescentes e árvores que ameaçavam ser derrubadas pelas condições atmosféricas. Optei pela primeira condição e três árvores foram abatidas pelos bombeiros. Ver uma árvore de grande porte ser abatida não é um espectáculo agradável. O som da serra que a corta, o barulho medonho que faz quando cai e, finalmente, a amputação dos seus ramos até que restem apenas pequenos pedaços de madeira.

Garantiu-se a segurança dos jovens que diariamente circulam pelos recreios. Mas, no regresso a casa, não me saía do pensamento a imagem das árvores no chão. E a sensação da ausência de liberdade na opção.