ruido silencioso

Palavras soltas de um ruído silencioso

9.9.04

À janela

(Decalcomania Magritte)

Um dia, o professor de filosofia perguntou se era possível estar à janela e vermo-nos passar na rua. Essa estranha pergunta significou, para mim, o início de uma interessante reflexão que deixou as suas marcas. Ainda hoje tenho esse hábito de me “pôr à janela” e me ver a passar na rua. Gosto de o fazer no sofá, na penumbra e em silêncio. E, calmamente, observo-me passeando na rua e medito sobre os momentos mais marcantes do dia. Este ver-me e falar comigo própria é-me essencial num mundo em que se vive demasiado depressa, rodeado de ruídos e de imagens de um planeta cada vez mais pequeno, como assinala Marc Augé. Parar no tempo e no espaço para nos vermos, nos observarmos e nos sentirmos a nós próprios. Acho isso essencial.

1 Comments:

Blogger AJ said...

I really like the photos on your blog. Nice work. Unfortunately, I don't speak the language...

2:10 da manhã  

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